domingo, 26 de junho de 2011

Nível de atividade física tem relação com as dores de cabeça

Éverton Oliveira - Redação Saúde Plena

O primeiro estudo epidemiológico sobre dor de cabeça realizado no Brasil, promovido pelos neurologistas Luiz Paulo de Queiroz, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), e Mario Peres, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) chegou à conclusão de que a dor de cabeça tem relação importante com o nível de atividade física. O trabalho ouviu quase 4000 pessoas escolhidas aleatoriamente, de ambos os sexos, com idade entre 18 e 79 anos, em todo o país. Não se espante caso um dia saia do consultório médico com a seguinte prescrição para as têmporas doloridas: sue a camisa, de preferência gastando a sola do tênis ou pedalando.

O objetivo foi estimar a prevalência de enxaqueca e cefaleia — nome científico da dor de cabeça comum — entre os brasileiros e avaliar a relação entre esses problemas e a prática regular de exercícios físicos. Os resultados apontaram que os sedentários apresentaram 43% mais enxaqueca e 100% mais cefaleia crônica, com crises diárias, do que os indivíduos que se exercitam. A explicação para esses índices está nos nossos neurônios, já que os exercícios aumentam a produção de endorfinas, neurotransmissores que proporcionam bem-estar.

Outras substâncias liberadas durante a atividade física, como a epinefrina e os esteroides, também trazem a sensação de alívio. A melhora na circulação sanguínea, que provoca um aumento da oxigenação cerebral, é mais um fator que colabora para o fim das dores, sem contar a diminuição do estresse.

Como as endorfinas estão diretamente ligadas a uma menor ocorrência de crises, os exercícios mais indicados para o combate da dor de cabeça são aqueles que mais estimulam a liberação dessas substâncias — os aeróbicos, como a caminhada, a natação e a corrida de baixo impacto. Além de privilegiar os esportes aeróbicos, a maneira como se pratica a atividade física é muito importante. Se for feita de maneira incorreta, a atividade física atrapalha, ao invés de ajudar. Por isso, o aquecimento e a carga adequada de exercícios são necessários para que a atividade física não prejudique ainda mais os que sofrem de dores de cabeça. 



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